Processo esteriliza os frutos em alta temperatura eliminando o risco de contaminação pelo barbeiro
O açaí produzido em Belém terá que ser esterilizado. Foi o que garantiu Mário Moreira, diretor geral da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), durante o seminário Alimento Seguro e Saudável, realizado ontem pela manhã, no Ministério Público Estadual (MPE). Os batedores de açaí terão crédito e um prazo, ainda não definidos, para se adequarem à exigência. A esterilização para o açaí é um processo chamado de branqueamento, algo parecido com a pasteurização. O fruto deve ser colocado em uma bacia com água numa temperatura de 80 graus e, em seguida, ser resfriado a 10 graus. O processo elimina a hipótese de contaminação pela doença de Chagas, pois a essas temperaturas, o inseto transmissor da doença e os micro-organismos danosos não resistem. "O equipamento será financiado, o assunto será discutido com todos e, ao final, quem não estiver de acordo com os parâmetros terá o estabelecimento multado e até fechado", alerta Mário Moreira. O Pará é o maior produtor de açaí do País e, só em Belém, a Adepará estima um consumo diário de 500 mil litros por dia do produto.
A medida da Adepará será semelhante ao que já é feito em relação à venda de carne em Belém. Açougueiros têm mais dois meses para comprar balcões resfriados, pois a partir do ano que vem, será proibida a venda de "carne quente", ou seja, vendida em temperatura ambiente. A qualidade da carne também foi tema do seminário realizado ontem, evento em alusão ao Dia Mundial da Alimentação, comemorado 16 de outubro. A maior preocupação, hoje, é fiscalizar a origem de todo o gado que circula pelo Pará. Principalmente porque o Estado tem o 4º maior rebanho do Brasil. A maior parte da produção é exportada, sob rigoroso critério de qualidade. O que fica no Estado, muitas vezes foge ao controle dos padrões de qualidade. "Se não houver um esforço conjunto, como está havendo agora, isso não vai melhorar nunca", alerta Carlos Xavier, presidente da Federação da Agricultura do Estado do Pará (Faepa), que representou os produtores no evento. O seminário teve participação da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), Programa de Orientação e Proteção ao Direito do Consumidor (Procon), MPE, Conselho Regional de Nutrição, Secretaria de Estado de Agricultura (Sagri), Universidade Federal do Pará (UFPA), Adepará, Empresa Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e estudantes.
O promotor de Justiça de Defesa do Consumidor, Marco Aurélio Lima, estima que 10% da carne consumida em Belém é irregular. No interior, o índice está entre 20% e 30%. No ano passado, foram fechados 70 frigoríficos ilegais e a fiscalização aumentará. "O cerco está apertando. Tudo isso só para garantir que chegue alimento de qualidade na mesa da população paraense", afirma.
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