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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Sespa alerta sobre cuidados na cadeia produtiva do açaí

A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) apresentou informações importantes sobre cuidados na cadeia produtiva do açaí, por ocasião do Seminário Alimento Seguro e Saudável, promovido, na última sexta-feira (11) pelo Ministério Público Estadual (MPE) e Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), com apoio de diversas instituições públicas.
O evento foi alusivo ao Dia Mundial da Alimentação e teve o objetivo de debater a cadeia produtiva do açaí e da carne bovina, que são dois alimentos amplamente consumidos pela população paraense, assim como envolver a sociedade na busca de alternativas que minimizem os riscos de contaminação desses alimentos, garantindo a segurança alimentar que contribui para a preservação da saúde pública.
O açaí é uma das principais fontes de subsistência e renda para boa parte da população da região amazônica. Atualmente, seu consumo se estende por várias regiões do Brasil e diversos países do mundo, alcançando bons preços no mercado, principalmente devido ao seu alto valor nutritivo, por isso é muito importante que sua produção esteja de acordo com as normas sanitárias.
A nutricionista Doriléa Pantoja, do Departamento de Vigilância Sanitária (DVS) da Sespa, fez um balanço do Programa Estadual de Qualidade do Açaí, que existe desde 2005 e tem a finalidade de “estabelecer procedimentos higiênico-sanitários para a manipulação e comercialização do produto, assegurando a qualidade por meio de fiscalização, inspeção, monitoramento e educação continuada nos diversos segmentos da cadeia produtiva do açaí”.
Segundo ela, até outubro de 2011, foram cadastrados 4.114 estabelecimentos de batedores de açaí, sendo 469 na área do 1º Centro Regional de Saúde, que abrange os municípios da Região Metropolitana de Belém, a maioria, 137, na capital paraense.
Doriléa apresentou também os resultados de análises microbiológicas do açaí realizadas pelo Laboratório Central do Estado (Lacen) nos anos de 2008, 2009 e 2010.













Em 2008, de 159 amostras, 137 tiveram resultado insatisfatório por estarem contaminadas por coliformes fecais, salmonellas e adulteradas com amido. Em 2009, de 151 amostras, 121 foram insatisfatórias pelas mesmas razões. Já em 2010, foram feitas análises de 36 amostras de açaí fruto e 36 de açaí suco. O resultado foram 12 amostras de fruto e 22 amostras de suco insatisfatórias, sendo que todas estavam contaminadas com coliformes fecais.
Para reverter essa situação, o DVS da Sespa tem trabalhado incansavelmente na capacitação dos batedores de açaí, totalizando 3.305 treinados de 2005 a 2010. Só este ano, a capacitação tem acontecido, inclusive, em ações do Programa Presença Viva, Pró-Paz e Vigilância em Saúde Itinerante, resultando, este ano, em 170 batedores treinados nos municípios de Altamira, Marabá, Abaetetuba e na ilha de Urubuoca, em Belém.
Além da capacitação, a Sespa distribui kits com instrumentos básicos para os batedores. Cada kit é composto por 02 camisetas brancas, 02 bonés, 02 toucas, 02 aventais de napa, 01 termômetro digital, 01 cronômetro digital, 01 copo dosador plástico, 01 filtro e 01 peneira de alumínio com tela em plástico.
Conforme Doriléa, além dos cuidados com a higiene, é fundamental que o batedor siga corretamente as etapas do processamento do açaí: peneiramento, para eliminar a sujeira que acompanha o fruto; 1ª lavagem em água corrente, para retirada da sujeira que ainda fica; 2ª lavagem em solução de hipoclorito de sódio (150 PPM) por 20 minutos; 3ª lavagem com água potável para retirada do resíduo do cloro; branqueamento/escaldamento, para reduzir carga microbiana e inativar as enzimas oxidantes, mergulhando o açaí em água quente a 80º por 10 segundos e depois em água fria; e finalmente o despolpamento, que ocorre pelo atrito do fruto com água em máquina própria. Por fim, o suco deve ser acondicionado em sacos plásticos transparentes para a preservação das boas qualidades do produto.
 A nutricionista enfatizou, ainda, que “o branqueamento aumenta a vida de prateleira do açaí e é recomendado para minimizar o risco da transmissão oral da doença de Chagas e outros agravos como salmonelose”. Ela ressaltou, também, que está provado por pesquisa da Unicamp que o congelamento não elimina o Trypanosoma cruzi, causador do mal de Chagas, do produto.
De acordo com Doriléa, os principais perigos e fraudes relacionadas ao açaí podem ser físicos (insetos, palha, madeira, folhagem e outros); químicos (óleo combustível no transporte), microbiológicos (coliformes, salmonellas e Trypanosoma cruzi) e fraude (acréscimo de amido de milho durante o despolpamento).
Por isso, para evitar esses riscos, antes de comprar açaí, o consumidor deve observar os seguintes itens no estabelecimento: se tem licença de funcionamento expedido pela Vigilância Sanitária; se os manipuladores usam uniforme e têm bons hábitos de higiene e se apresentam ferimentos nas mãos ou unhas; se há lavatório exclusivo pra higiene das mãos; se o açaí que está sendo processado passou por todas as etapas recomendadas pela Vigilância Sanitária e se a máquina de açaí está instalada embaixo de fonte luminosa, pois a lâmpada acesa pode atrair insetos.
Todo esse trabalho é realizado em parceria com o Sebrae, Adepará, Secretaria de Estado de Agricultura (Sagri) e Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma)

AÇAÍ DO COWBOY ESTEVE PRESENTE           

(FONTE: http://www.saude.pa.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=832:sespa-alerta-sobre-cuidados-na-cadeia-produtiva-do-acai&catid=34:ultimas-noticias)

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